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Ale Nagado

Ignácio Justo, Mestre dos Quadrinhos

O adeus a um artista excepcional e um grande homem.

Ignácio Justo: amor pela arte, pelos quadrinhos e pela aviação.

Na noite do dia 17 de agosto de 2024, faleceu, aos 92 anos, o grande mestre dos quadrinhos brasileiros, Ignácio Justo. Nascido em 12 de fevereiro de 1932, o paulistano Benedicto Ignácio Justo de Siqueira foi um desenhista habilidoso e um contador de histórias nato. Com grande domínio narrativo e artístico, Justo desenhou HQs de terror, guerra e aventura, em uma carreira intensa e bastante produtiva, que foi do final dos anos 1950 até a década de 1970, quando produziu material sobre as forças armadas brasileiras para o Almanaque Disney. Seu trabalho na revista Combate era de uma qualidade incomparável em seu tempo, não só no campo dos quadrinhos nacionais.


Conheci a arte de Ignácio Justo quando estudava desenho. Meu finado mestre Ismael dos Santos dizia que Justo era um monstro para desenhar máquinas e, especialmente, aviões. E ele estava certo. Quando comecei a trabalhar na coleção Biografia Ilustrada, sobre mestres dos quadrinhos nacionais, o editor Marcio Baraldi me convidou a escrever sobre Ignácio Justo, um dos maiores mestres que ele havia conhecido. Foram meses de pesquisa, que resultaram no livro Ignácio Justo - Pilotando Quadrinhos, da Editora Criativo e o selo GRRR!, um dos trabalhos mais importantes que já fiz. Ele vivou grandes histórias de vida, com uma personalidade forte e muito altruísmo.

WAR, que será lançado em breve pela Criativo/GRRR!

Ignácio Justo estava hospitalizado há dias para tratar um problema de saúde, e seu estado ficou bastante delicado, até por conta da idade. Ele foi um dos maiores artistas de HQ nacional de todos os tempos, reverenciado por seus pares. E de forma voluntária, ensinou e preparou grandes nomes para o mercado de trabalho editorial e publicitário. Pedro Mauro, Aparecido Cocolete, Wanderley Felipe, Tony Fernandes e Lincoln Ishida estão entre os ex-alunos do "barraco do Justo", um espaço pequeno e informal onde o mestre ensinava o ofício da arte como poucos.


Deixou uma esposa dedicada, a dona Nilza, os filhos Alex e Ivan, o neto Victor e uma grande comunidade de artistas eternamente gratos pelos ensinamentos de arte e vida que receberam do mestre.


Ele, que achava que não merecia uma biografia em livro, foi um grande homem, em vários sentidos. Foi marido, pai, avô, desenhista de quadrinhos, artista plástico, professor de desenho, oficial militar da reserva e piloto de aviação particular. Que sua alma descanse em paz e que Deus conforte seus familiares e amigos. Ignácio Justo teve uma grande jornada, com sua missão cumprida.



 

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