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Mil Anos de Mangá

Ale Nagado

A monumental obra de referência sobre as raízes históricas dos quadrinhos japoneses e seu desenvolvimento ao longo do tempo.

Capa da edição brasileira.
Capa da edição brasileira.

Um dos mais importantes livros sobre as origens e desenvolvimento do mangá é recente e foi lançado no Brasil pela editora Estação Liberdade. É a obra Mil Anos de Mangá, da professora e pesquisadora francesa residente no Japão, Brigitte Koyama-Richard. Ela aborda as origens das artes gráficas japonesas, seu desenvolvimento através dos tempos, até chegar ao moderno mangá, com suas características segmentações de mercado.


Além do contexto histórico e do farto referencial bibliográfico, é na composição visual que está o maior trunfo da obra. Os mais antigos registros gráficos conhecidos de cartuns japoneses, datando do século VII, além de dezenas de reproduções coloridas de artes do século XIX, estão organizados de maneira didática. Uma grande galeria de imagens de grande valor histórico, muitas delas mostradas pela primeira vez em uma publicação ocidental.

Págs. 80 ~ 81
Págs. 80 ~ 81

Diversos painéis representados em extensos rolos e-maki e as famosas estampas nishiki-e revelam cenas de cotidiano, histórias folclóricas, narrativas épicas e muito humor, tendo sempre como marca a busca pela expressividade do desenho, com um gosto pela estilização. O estudo de artes plásticas tradicionais é essencial para o entendimento da evolução do mangá, que de caricaturas e desenhos de humor, passou a designar histórias em quadrinhos e as revistas que as veiculam.

Conforme o livro avança, o leitor vai tendo contato com as primeiras experiências com publicações de humor e quadrinhos. Trabalhos de Osamu Tezuka, Shotaro Ishinomori, Takao Saito, Sanpei Shirato, Miyako Maki, Leiji Matsumoto, Ryoko Ikeda, Daiji Kazumine, Shigeru Mizuki e muitos outros são mostrados para ajudar a compor a grande explosão do mangá como leitura popular no Japão. Diferentes fases são apresentadas, mostrando a grande variedade na produção do mangá, que nunca se focou em um único gênero de história, como aconteceu nos EUA com seus super-heróis.

Págs. 142 ~ 143
Págs. 142 ~ 143

Dentre os destaques do livro, há pequenas entrevistas que a autora fez com autores de mangá. Uma com o casal de autores Leiji Matsumoto e Miyako Maki, outra com Jiro Taniguchi, com o diretor Isao Takahata (do Studio Ghibli), com a autora Fumiyo Kôno e com o cartunista Kotobuki Shiriagari. É um material precioso para fãs e pesquisadores.


Talvez cause estranheza em leitores brasileiros uma passagem (pág. 64) onde a autora diz que apreciadores de arte no ocidente consideravam o termo "mangá" como sendo feminino, coisa que, especificamente no Brasil, nunca aconteceu. Mas é um pequeno detalhe que valeria uma nota de rodapé, nada mais. Já na linha cronológica do mangá, apresentada já no fim da obra, um deslize vale uma reflexão.


Na página 267, consta que em 1950, Osamu Tezuka teria publicado a obra O Rei Leão. Na verdade, O Rei Leão é um filme da Disney de 1994, que sofreu acusações de conter plágio de vários elementos da história Kimba, O Leão Branco, mangá clássico de Tezuka, este sim lançado em 1950 como mangá. Uma gafe perdoável e que vale pela lembrança da polêmica sobre o caso.

Págs. 208 ~209
Págs. 208 ~209

O livro, que abrange publicações feitas até 2021, inclui sucessos como Dragon Ball, Evangelion, Inu-Yasha, One Piece, Naruto, Haikyu!!, Demon Slayer, Jujutsu Kaisen, SPY x FAMILY e muitos outros. Dos primeiros trabalhos aos mais modernos, a autora busca trazer referências históricas, além de explanar brevemente sobre a sociedade e a política de diferentes épocas.


Com o lançamento de Mil Anos de Mangá no Brasil, a Estação Liberdade deu uma valiosa contribuição para a bibliografia disponível em português, não apenas sobre mangá, mas sobre um dos mais importantes aspectos da cultura japonesa.


MIL ANOS DE MANGÁ

Título original: Mille ans de Manga (Flammarion, Paris, 2022) Autora: Brigitte Koyama-Richard Editores: Marion Doublet (França) e Angel Bojadsen (Brasil) Tradução: Nícia Adan Bonatti Editora: Estação Liberdade (2022) Formato: 22,5 x 26,5cm, com 272 páginas


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