Patrulha Estelar (Série 2)

A saga do Cometa Império, grande épico da animação japonesa, com reportagem, ficha de produção e vídeos.

O Yamato, conhecido no Brasil e EUA como Argo.

Conhecida por ter exibido muitas séries japonesas de sucesso, a extinta TV Manchete apresentou produções japonesas desde seu início, em 1983.

Apresentado pela então estreante Xuxa, o programa Clube da criança tinha como atrações principais dois animês de ação: Pirata do Espaço e a Patrulha Estelar. Enquanto o primeiro era uma aventura já meio esquecida em seu país, o segundo era um dos épicos de maior repercussão no Japão, verdadeiro divisor de águas na história da animação japonesa.

Após uma discreta exibição da série original pela TV Record cercada de boatos, o grande público começou a acompanhar a trama somente a partir de sua segunda temporada.

A versão exibida no Brasil, com alguns cortes, fora primeiro adaptada nos Estados Unidos como Star Blazers. Foi nesse país que as personagens também ganharam nomes ocidentais, como Derek Wildstar (no original, era Susumu Kodai), Nova (no Brasil, ficou sendo Lola e no original era Yuki Mori) e todos os outros. No original, a equipe também não tinha nome, sendo conhecida no Japão apenas como a tripulação do Encouraçado Espacial Yamato (ou Uchuu Senkan Yamato), sendo este o verdadeiro nome da nave e da série.

IQ-9, Eagar, Sandor, Wildstar, Orion, Dash e Homer.

UM NOVO DESAFIO O ano é 2201, e já se passou um ano desde a grande batalha decisiva contra o Império Gamilon. As forças da Terra se organizaram para poder enfrentar grandes ameaças cósmicas, e uma nova geração de naves de batalha surge, tendo à frente o grande Encouraçado Andrômeda.

Atendendo a um misterioso alerta vindo de Trilena, do distante planeta Telezart, Wildstar lidera a tripulação da Argo em uma missão não-oficial, contrariando as ordens do alto comando e partindo rumo à fonte da mensagem.

Gatlatis, a fortaleza móvel do Cometa Império.

Descobrindo a ameaça do Cometa Império, liderado pelo tirano Príncipe Zordar, cuja fortaleza segue para conquistar a Terra oculta sob a forma de um gigantesco cometa, a Patrulha ainda tem que enfrentar o vingativo Desslock e sua última frota Gamilon. É uma missão árdua, cheia de desafios e sacrifícios. Clássico do cinema japonês, o filme Sarabá Uchuu Senkan Yamato (Adeus, Encouraçado Espacial Yamato, de 1978) impulsionou a paixão pelo desenho, mas o final trágico não dava margem para continuação. Uma verdadeira "Yamatomania" se espalhava pelo Japão, e o produtor Yoshinobu Nishizaki anunciou que a saga iria continuar. Ou melhor, ele passou a considerar o longa Sarabá Yamato como uma aventura não-canônica, ou de uma outra linha de tempo.

Foi então que surgiu a versão para TV, com enredo alterado do filme do Cometa Império, e várias mudanças em alguns personagens. A semideusa Trilena aparece mais humanizada e se envolve com o navegador Venture. Outra mudança foi com o personagem do severo Capitão Gideon, velho amigo do falecido Capitão Avatar. No longa, ele lidera o Yamato. Na série, está na torre de comando do Andrômeda.

Em uma sequência dramática da reta final da série, Desslock reconhece a nobreza de seus adversários, partindo com seus subordinados para reorganizar seu império. No filme original, seu destino é trágico, assim como o final de quase todos os personagens.

O desfecho para a TV foi realmente atenuado, mas algumas mortes foram mantidas. A censura americana, no entanto, eliminou as cenas com mortes violentas, fazendo alguns personagens simplesmente serem esquecidos no final. A chamada série 2 estreou apenas dois meses depois do filme para cinema, o que indica que já havia planos para que houvesse uma série derivada, apesar do produtor ter dito na época do longa que aquela seria a aventura final do Yamato.

A segunda saga, exibida nos EUA e depois no Brasil, foi resumida posteriormente em um novo filme para cinema no Japão.

Assim como no Japão e nos Estados Unidos, o carisma dos protagonistas conquistou o público brasileiro. No embalo do sucesso, a terceira temporada foi trazida diretamente do Japão. Depois do sucesso no Clube da Criança e de algumas reprises no programa Circo da alegria, do palhaço Carequinha, e de ocupar alguns horários tapa-buraco, a série sumiu da TV ainda nos anos 80. Na década seguinte, os primeiros episódios da fase Cometa império chegaram a sair em vídeo, pela Herbert Richers, a mesma empresa que dublou os episódios. Com a Herbert Richers cuidando também da dublagem, a Patrulha Estelar teve um grande elenco, com Carlos Marques como Wildstar, Viviane Faria como Lola, Dário de Castro como Ventury, Orlando Prado como Sandor, Silvio Navas como Desslock, Isaac Bardavid como Príncipe Zordar, entre outros veteranos.

Quando se fala em Patrulha Estelar no Brasil, a saga do Cometa Império é a mais lembrada. Para o grande público brasileiro, foi o primeiro grande épico espacial japonês a ser exibido, um clássico em todos os sentidos.